da gaia tal pêndulo fendido tal haste no hades
tal veste de fato de defunto velho molambo que
já foi moleque em molecagem pelintra pilantra
em pilantragem a traçar putas de tranças nas
danças das madrugadas a subir morros em zig
zag a descer ladeiras desfraldado a costear
alambrados veredas nas mutretas agachado
nas muretas vistas das varandas dos alpendres
tudo agora aboletado nas cangalhas do ancião
canalha ansioso de mortalha pelas montanhas
picos cordilheiras muralhas corcovas
corcundas corcovado de enfado canseira
cegueira cadê o septuagenário que virou asneira
sem fraldão para caganeira sem fardão para
academia a se esgueirar pelas beiras a exalar
inhaca de cadáver em adiantado estado de
putrefação fétida sem fé na vida com esperança
na morte que se tiver sorte não será sentida
nem o azar de não amar a ninguém nem a si
mesmo nem ser amado por alguém remador
cheio de ais sem cais sem bonança só tormenta
vai de retro velho que ninguém mais te aguenta
BH, 030602025; Publicado: BH, 0150902025.
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