É um crime um crime hediondo indigno
Digno de punição por pena de morte passar
Um dia todo sem imortalizar uma letra
Sem legar uma palavra à posteridade
É um crime inafiançável perder um dia
Na vida assim à toa as letras aí
Abandonadas as palavras aí
Apagadas esquecidas das bocas das
Línguas dos idiomas as palavras que
Muitos nem as pronunciamos mais
O mais triste é que nem me envergonho
Com a minha intuição deixo-a passar
Batida desprezo a minha premonição
Reminiscência não tenho como passar
Por inocente depois de assassinar o
Tempo inutilmente nem tenho como
Aparentar cara de ingênuo com todo
Este porte de marginal inda fico a
Sonhar na verdade mereço só
Pesadelos sonâmbulo não durmo
Quando durmo funâmbulo num
Féretro que carregado por fúnebres
Não despertam com o réquiem
Dissimulei para dissuadi-los dos
Crimes que cometo na inércia dizem
Que Drummond é que era preguiçoso
Que estupidez que às vezes dizem
Não aparece um filho da mãe para
Contestar tal ignorância o nosso mais
Sagrado profano que tantas letras
Palavras canonizou vem um a querer
Bestificar seu santuário nem vem hein?
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