A poesia é o falar em coisas simples
Pequenas que na maioria das vezes
Passam despercebidas às pessoas comuns
Ser poeta é justamente saber
Diferenciar essas coisas separar as
Simples das simplórias da pieguice
Ao ver um casulo onde lateja uma larva
Mostro à minha filha que daquela
Coisa feia presa no muro viscoso de
Lodo pode sair uma linda borboleta
Não sabia o que era um casulo
Nem entendia ainda a metamorfose
Por que passa a borboleta antes de se
Transformar sair por aí a voar
A pousar de pétala em pétala de cada
Flor que encontra por seu caminho
Caminho de voo incerto destino certo
O pólen o néctar a fragrância o aroma
Que a embebedam a deixam apaixonada
É aí que entra a poesia
É nesse voo da borboleta
Nesse pólen das flores nesse néctar
É aí que entra a poesia
Que a maioria não percebe
Se percebe não entende se
Entende não compreende se
Compreende não sabe por que
É preciso ter os pés na terra
Ter o contato com a terra
Para que a poesia não perca
A sua condição de fenômeno
A poesia sempre há de ser
Um fenômeno mesmo que aqueles
Que a abandonam a relegam
A plano inferior a preterem a
Outros prazeres modos de vida
A poesia será sempre fenomenal
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