Quando me escavar em mim
É para encontrar as minas com os tesouros
De Salomão de Ali Babá
Quando me ferir com a mão de pilão
O chão do meu coração
Tenho a certeza de jorrar sangue
Não é possível jorrar água
Sou um deserto formado de rochas arenosas
Mas espero jorrar sangue ao ser ferido
De que vale a um ser ser ferido a jorrar água?
Se a água não for potável?
Não for a água fresca do pote da minha avó?
Prefiro ser uma talha de sangue
Um vaso comum
Não precisa ser o Santo Graal
O cálix bento
Um cálice desses
Onde os bêbados brindam
Em suas falsas felicidades
Quando me escavar em mim
No subsolo das minhas cavernas
Quero encontrar meu esqueleto sagrado
Meus ossos santificados
Que estão enterrados nos baús
Que guardo de relíquias
Qual a surpresa que terei?
Conseguirei decifrar os augúrios do passado?
Ou inda me esconderei de mim no presente
Com receio do conflito no futuro?
Sondarei as estrias desses sábios ossos envelhecidos
Para obter as respostas
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