terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

"Penúltimo Caderno", Uma vela vela no meio da noite, SL/SD; Publicado : BH, 010202022.

Uma vela vela no meio da noite
E uma luz na extremidade da vela
Luz trêmula  universal e uma vida
No meio do mundo e sem uma 
Vela que  vela na extremidade e
Nem trêmula  e nem frágil e um 
Sol no meio do céu com uma 
Claridade embaçada a gerar
Escuridão  em pleno  sol e penumbra 
Em pleno  dia e um amor  paira no
Meio de tudo e sem ser areparado e
Sem ser cultivado tal uma paz no
Meio da guerra mas encoberta pelo 
Ódio e encoberta pela cortina de
Sangue derramado de veias inocentes
E um coração no meio do peito do
Corpo já entortado pela vida pesada e
Uma vela vela a chorar sozinha e a
Derramar lágrimas quentes em mãos 
Sem carne e sem ser procurada e 
Sem ser elevada e levaram seu 
Oxigênio e a luz da vela que vela se
Apagou e um choro de criança vaga
Sem ser ouvido e sem ser amparado 
Até cair cansado e até cair morto e
Abandonado num espaço arrebatado 
Da natureza numa natureza que 
Pertencia ao meio e destruída sem
Receio e sem um pouco de amor ou
De levar alguma luz ou de levar 
Alguma cor e uma vela vela no meio 
Da noite e sei que  tinha uma vela a
Velar no meio da noite tinha uma 
Vela no meio da noite uma vela a velar.

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