segunda-feira, 18 de abril de 2022

Há muito tempo que parei no tempo.

Há muito tempo que parei no tempo 
Pois o tempo não está ao meu lado e
Não estou ao lado do tempo e mesmo
Depois que Marcel ensinou a buscar 
O tempo perdido não me encontrei 
Nos caminhos de Swan e vaguei perdido
Por outras estradas vicinais e outros 
Portos e outros cais e por outros  
Caminhos de atalhos e por outros 
Tempos que me levaram aos alhos e
Bugalhos caralhos que merda é essa
De vida sem cerveja e como que um
Ser humano digno e nobre pode 
Passar a vida sem tomar um belo dum 
Porre de cerveja? os mentecaptos e
Energúmenos que habitam as moradas
Humanas precisam beber muito e
Jogo cerveja em cima dos meus e ficam
Embriagados e vão dormir e não 
Fazem maus e nem incomodam uns 
Aos outros e o problema é a quantidade 
Que bebem e haja cifras e cifrões 
Para sustentar seus vícios e quanto
Mais os sufoco e os afogo no álcool 
Os filhos da puta mais querem beber e
Os mando às putas que os pariram e é
O mesmo que não se falasse nada e 
Querem é nadar nas cervejas geladas e
Suspiram e soluçam e não me deixam 
Em paz e têm mais sede por álcool do 
Que a minha avó velhinha danada para
Gostar dumas e doutras e penso que a 
Única coisa que herdei dos ancestrais e
Antepassados foi a sede insaciável da 
Minha avó e os moradores das moradas 
Cavernosas interiores vieram depois.

BH, 01201102019; Publicado BH, 0180402022.  

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