Ó meus queridos!
Ó meus Stos. limoeiros!
Ó bons e simples padroeiros!
Santos de minha muita devoção!
Padres choupos! ó castanheiros!
Basta de livros, basta de livreiros!
Sinto-me farto de civilização!
Rezai por mim, ó minhas boas freiras,
Rezai por mim, escuras oliveiras
De Coimbra, em Sto. Antônio de Olivais;
Tornai-me simples como eu era d'antes,
Sol de Junho, queima as minhas estantes,
Poupa-me a Bíblia, Antero... e pouco mais!
No mar da vida cheia de perigos
Mais monstros há, diziam os antigos,
Que lá nas águas desse outro mar.
O que pensais vós a respeito disto,
Ó navegantes desse mar de Cristo!
Heróis, que tanto tendes de contar?
Chorai por mim, ó prantos dos salgueiros,
Pois entre os tristes eu sou dos primeiros!
Lamento ao luar, dos pinheirais,
Chorai por mim, ó flor das amendoeiras
Chorai também, ó verdes canaviais!
E quando enfim, já tarde de sofrer
Eu um dia me for adormecer
Para onde há paz, maior que num convento,
Cobri-me de vestes, ó folhas d'outono,
Ai não me deixeis no meu abandono!
Chorais ciprestes, batidos do vento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário