O ambiente é propício
Através da larga janela
O sol do fim da tarde
Realça o verde-verde das folhas das amendoeiras
(Aquelas que o poeta mandou que falassem)
Nelas há um brilho límpido
Claro
Um brilho de novo
As folhas estão paradas
E silenciosas
Não dizem nada
Não acenam
Não dizem adeus
Não espiam
E nem revelam a idade
(De quem olha e de quem é olhado ...)
Não há pássaros
Nem pardais
Há um silêncio pacífico
Não se ouvem sons
Embora seja Rio de Janeiro
Dois são os mundos
O daqui de dentro é diferente
Os dois mundos formam o meu universo
Nele estou perdido
Mas busco com sofreguidão um rumo
Ainda que o encontre é irrelevante
Porque o universo do universo
Está muito além de mim.
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