quinta-feira, 31 de maio de 2012

Antônio Nobre, Lisboa dos Destinos Imperiais; BH, 0310502012.

                                                           (fragmento)

Cor do céu, a bandeira, e cor de neve,
Não a vejo na Torre a flutuar!
Senhor! Vós bem sabeis que o Rei não deve
Outras armas que a Vossa apresentar...
Se assim deixais que outro Povo a leve,
Por que a destes ao nosso pra guardar?
Não é ele o mesmo que, em Ourique,
A aclamou nas mãos de teu Henrique?

Anda tudo tão triste em Portugal!
Que é dos sonhos de glória e de ambição?
Quantas flores do nosso laranjal
Eu irei ver caídas pelo chão?
Meus irmãos Portugueses, fazeis mal
De ter ainda no peito um coração.
Talvez só eu (Amor, ai, tu me entendes!)
Possa ainda ter a paz que já não tendes.

Esperai, esperai, ó Portugueses!
Que ele há de vir um dia. Esperai.
Para os mortos os séculos são meses,
Ou menos que isso, nem um dia, ai.
Tende paciência, findarão reveses;
E até lá, Portugueses, trabalhai.
Que El-Rei Menino não tarda a surgir,
Que ele há de vir, há de vir, há de vir!














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