quinta-feira, 31 de maio de 2012

Antônio Nobre, Sonêto; BH, 0310502012.

O poeta está (deu meia-noite, agora)
Na sua Torre, só, lendo e fumando...
Batem à porta! Quem será a esta hora?
Passa uma escura borboleta, voando!

Agoiro. Alguma nova aterradora,
Algum despacho... Mas Joseph entrando,
Antes que eu fale diz: - Uma senhora,
Que me entregou este bilhete, ansiando.

Uma senhora! Com a mão gelada,
Nervoso, ansioso, pego da tarjeta
E leio: - "Morte, 3, rua do "Nada".

Bem, Joseph! Podes-me ir fazendo a mala,
Porque segundo as regras da etiqueta,
Não devo demorar muito em pagá-la...

                                                          (Coimbra, 1889.)

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