quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Cambaleante equilibrei-me na linha do horizonte; BH, 0901202012; Publicado: BH, 01201102014.

Cambaleante equilibrei-me na linha do horizonte,
Bebi mais uma depois mais outra a tremedeira
Das mãos não parou; inutilmente desenhei
Algumas letras nos rostos das pedras virgens
E de perfil em perfil na cordilheira dos Andes,
Juntei as palavras que o vento escreveu
Ao léu andei descalço em paralelepípedos
Aquecidos pela luz do sol escaldante
As minhas solas ficaram presas fossilizadas
Nas faces dos paralelogramos quando foram
Encontradas no futuro cada estudioso deu
Uma versão diferente uma tese uma teoria
Um ensaio nenhum acertou no prognóstico;
Mas enquanto corriam pelos asfaltos com as
Novidades estampadas nos semblantes eu
Lavrava arava garimpava descia pelos
Escoadouros de areia dos desertos subsaarianos
E ia mastigar areia nos subterrâneos desses
Desertos abastecia de areia as engrenagens do
Universo e emperrava-o e não ia mais adiante
Sem conjecturas fórmulas equações sistemas
Controlava os meandros das dimensões
Intersiderais ria dos estudiosos e debochava
Dos catedráticos dos academicistas
Mangava dos ensaístas teóricos conferencistas
Quem mandou não terem a autoridade dos
Confinados em celas invioláveis dos hospícios?

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