Eles sabiam sabem saberão; BH, 0250102018; Publicado: BH, 0210202018.

Eles sabiam sabem saberão

Que nunca fomos não somos nunca

Seremos de nada está no nosso sangue

Está na nossa história a covardia a

Inércia a conivência nunca estivemos

Nunca estamos nem nunca estaremos

Do lado certo da história não seremos

Sempre capachos dos poderosos dos golpistas

Dos falsos heróis dos falsos profetas nunca

Lutaremos por nossos direitos por nossas igualdades

Minorias desprivilegiados odiaremos os

Pobres os fracassados os miseráveis os índios

Os negros quilombolas sem terras sem tetos

Eternos escravos da burguesia da elite

Lamberemos as botas sujas da plutocracia

Justificaremos os bandidos corruptores

Corruptos corrompidos da cleptocracia

Suas corrupções aceitaremos as religiões

Suas mentiras indulgências em nome de

Deus não sentiremos vergonha das aberrações

Estupidezes ignorâncias bizarrices morbidezes

Demais monstros que vomitaremos no nosso

Cotidiano nos despiremos em praças

Públicas das nossas razões noções sentidos

Sentimentos percepções intuições lucidezes 

Exporemos as entranhas fétidas os estômagos

Estragados os organismos apodrecidos enterraremos

Mais um herói do povo aplaudiremos a

Justiça seletiva aos amigos tudo aos inimigos

A lei continuaremos a compor a camarilha

Dos deputados com os que nos representam

Nos nossos mais baixos instintos no

Senado os mesmos sem-vergonha pilantras

Vagabundos iguais a nós mesmos

Continuaremos vira-latas com o rabo

Entre as pernas boçais a sorrir para boçais a

Defender entreguistas lesa-pátria a ruminar

As frustrações as humilhações os complexos

A diminuir o Brasil diante da humanidade

A dobrar os joelhos da Pátria Grande perante

As outras nações eles nos conheciam

Nos conhecem nos conhecerão muito

Bem ou não ousariam não teriam a audácia

A coragem de destruir nossos sonhos