quarta-feira, 7 de junho de 2023

Mário Quintana, Antologia Poética, Ray Bradbury

Eu queria escrever uns versos para Ray Bradbury, o primeiro que, depois da infância, conseguiu encantar- me com suas histórias mágicas como no tempo em que acreditávamos no Menino Jesus que vinha deixar prezentes de Natal em nossos sapatos empoeirados de meninos e nada tinha a ver com a impenetrável Santíssima Trindade.
Era no tempo das verdadeiras princesas, nossas belíssimas primeiras namoradas
- não essas que saem periodicamente nos jornais.
Era no tempo dos reis verdadeiramente heráldicos como os das cartas de jogar e do bravo São Jorge, com seu cavalo branco, sua  lança e seu dragão.
Era no tempo em que o cavaleiro Dom Quixote realmente lutava com gigantes, os quais se disfarçavam em moinhos de ventos. Todo esse encantamento de uma idade perdida Ray Bradbury o transportou para a Idade Estelar e os nossos antigos balõezinhos de cor agora são mundos girandos no ar.
Depois de tantos anos de cínico materialismo Ray Bradbury é a nossa segunda vovozinha velha que nos vai desfiando suas histórias à beira do abismo - e nos enche de susto, esperança e amor.

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