À noite os fantasmas saem para caçar fogem
De museus mosteiros fortalezas castelos
Cemitérios tumbas catacumbas escombros galerias
Bibliotecas pinacotecas masmorras calabouços
Sanatórios hospícios senzalas aldeias terreiros quintais
Terrenos livram-se das peças antigas onde estão
Ligados das artilharias ultrapassadas dos
Corredores por onde vagam das sepulturas
Esquecidas das lápides em ruínas dos entulhos
Dos espaços vazios das páginas dos livros
Antigos das telas molduras dos quadros
Das argolas das correntes das penumbras
Das trevas das almas relhadas nos
Pelourinhos dos espíritos sacrificados
Nos totens dos batuques dos atabaques
Ciscos levantados do chão nos redemoinhos
Dos péss de ventos caçam os desprevenidos
Aparecem para aqueles que não podem
Vê-los trocam de vestuários nos sótãos confabulam
Nos porões escondem-se nos espelhos para
Assustar as imagens dos imperceptíveis bolinam
Os corpos das virgens com seus hálitos
Seculares soltam suas risadas de auspícios
Seus risos de agouros suas gargalhadas alienadas
Aos primeiros raios que conseguem se desgarrar
Do sol alucinam-se em suas feridas crônicas
Suas cicatrizes tatuagens silenciosas
Voltam às suas tocas ocupam seus devidos
Lugares satisfeitos saciados tão naturais
Que não são nem notados pelos fantasmas
Do dia, que saem a trabalhar a fazer turismo
Ao lazer a estudar a fazer arte a ler a
Escrever a rezar missas a visitar doentes
Como se não fossem fantasmas como que
Nem sequer têm noção da falta de percepção
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