terça-feira, 19 de novembro de 2019

Caminhança; RJ, 1977; Publicado: BH, 01901102019.

A caminhar sem parar
Cheguei ao nascer do sol
No fim do mundo
No princípio de tudo
No fim de tudo
No começo da vida
E passei pelo horizonte
E dei bom-dia ao universo inteiro
Com sentido e com razão
Sabia o significado
Da palavra que dizia
A caminhar ainda mais
Tropecei no fim do dia
Esbarrei na noite
Que vinha pela contra-mão
E a lua chamou a sua atenção
Porque a noite já estava atrasada
E a passar da hora de chegar
Chegou e rasgou o véu 
A deixar cair do céu
Bilhões de estrelas
Catei todas uma por uma
Que ficaram penduradas
Na face do firmamento
Iguais tais vaga-lumes
Perdidos na noite
A vagar na noite
A querer amar
Mas o amor corre
Noite a dentro
E o vaga-lume morre
No seu tormento.

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