equilibra-se nas paralelas
mas
perde a estabilidade
e cai no chão de papel de arroz
quando
tentáculos dáctilos a colocam
novamente em movimento pois é calmaria
e não há vento
nem música
e não se pode dançar sem vendaval
e não se pode dançar sem musical
e a pena não deixa vestígios
na
circunferência
nem resquícios
na reta
ou ponto
ou vírgula
e o polvo quer é poema
e a estrangula
e o polvo quer é poesia
e a sufoca
e a pena então vomita bílis de fel
e a pena então regurgita suco gástrico
e inorgânica sem sensações
e inanimada sem emoções
é morta no
pelourinho aos retalhos
e a pele foge da carne viva
e o sangue chega ao final
sem matar a sede do soneto
e não há mais vida
e não há mais tempo
e o polvo escapou
por um orifício do universo
e ganhou o oceano espacial
e ganhou o mar sideral
e alienígena volta à nave mãe
da
placenta do planeta água
que ainda não nasceu
BH, 0170202023; Publicado: BH, 050302023.
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