desde o dia no qual nasci
e
quando passei pela fenda da
vida estranhei
e chorei pois
fui expulso do meu meio
ambiente
para um inteiro
ambiente hostil inóspito
pernóstico perverso nefasto
e sem fato de fato não
boato
senti o fado
e era
pesado
e me curvou
e me
moldou um ser tosco turvo
e
taciturno em todos os turnos
e nada claro sempre obscuro
e a careta que pus
ofuscado
pela luz
virou uma carranca
de irado
e carrego raiva
e
carrego rancor
e carrego
ódio
e carrego cólera na
coleira
e não carrego o amor
e o amor ficou no útero da
minha mãe
e se esvaiu pela
placenta
quando cheguei ao
planeta
e por mais que
queira viver
meu destino é
morrer
e minh'alma não
aguenta
e meu ser só quer
não ser
porém o medo da
morte é maior
e por enquanto
tive sorte
e a vida que levo
espanta a morte
e quando o
azar chega
e me pega bêbado
não pode fazer nada
pois
deus cuida dos bêbados
pois
mesmo ao cair de vez em
quando
até que não me machuco
muito
e nessa euforia da
embtriaguez
a felicidade
alegra o cadáver do defunto
BH, 0280202023; Publicado: BH, 0240302023.
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