quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Cruz Alta, 691, 1; Silêncio em meu peito deserto em meu seio; BH, 01506002012; Publicado: BH, 0270202014.

Silêncio em meu peito deserto em meu seio
Nem miragem nem oásis feri as rochas com
Meus ossos não brotou nem água nem leite
Cingi as pedras com o cajado o mel não
Emanou do céu não caiu o maná nenhum
Mar se abriu à minha frente dentro da
Minha cabeça ninhadas de criaturas seus
Filhotes ganiam gemiam baliam de bocas abertas
À espera dos alimentos que eram gerados pelos
Elementos com fome bezerros cordeiros novilhos
Leõezinhos morriam antes de nascer os que tentavam
Sair tateavam na treva fria perdiam-se no
Fundo das cordilheiras de mármores
Negros não voltavam à luz repelentes de estrelas
Pulsares quasares empurravam universos de
Encontro às gargantas dos buracos negros galáxias
Choravam perdidas constelações soluçavam
Aglomerados suspiravam de esperança mas
O silêncio no peito a secura do seio o
Vácuo mental não acalentavam os desesperados
Enquanto esperava anoiteceu esperei o
Amanhecer o sol não raiou dentro do
Meu ser a luz era cega cegou-me
A manhã fiou turvada não enxergue
O caminho onde tinha de pisar magoei
Os pés em seixos os espetei em espinhos
De cada gota de sangue que pingou das
Feridas dos meus pés brotou um pé de rosa
Negra dum lado doutro um pé de cravo
Negro de minha dor surgiu um jardim
De ébano uma floresta de cedros com seus
Troncos de fortalezas de nobrezas negras africanas
Reis rainhas príncipes nobres guerreiros da mãe
África em seus tronos com seus cetros ouro nas coroas
De marfim das suas manadas de elefantes reinavam
Antes não reinaram mais depois silêncio
No meio das almas no meio dos espíritos
Inquietos silêncio nas sombras nas canções
Nos ventos nos morros silêncio total no
Patamar nas pradarias silenciaram-se as
Falésias os paredões íngremes silêncios
Nas torres nos palácios silêncios nos casebres

Nenhum comentário:

Postar um comentário