A minha poesia sacia se sou insaciável
É álcool se tenho sede extrema eterna
Bebo embriago-me ébrio copulo com
A minha poesia estupro-a sodomizo-a
É ácido cocaína sexo madrugada
A minha poesia é uma puta do mais
Baixo meretrício é uma negra
Escrava abortada inda menina
Da aldeia mais longínqua da
África na tenra idade violentada
Por senhores de engenho capatazes
De fazendas de café é a mulher
Que leva socos na cara porradas
Pelo rosto olhos todo santo dia
Do marido brutal animal boçal
É a mulher que quando não é
Assassinada é humilhada com encargos
Tarefas abomináveis estúpidas a
Minha poesia é bizarra mórbida tísica,
Fúnebre sem arte sem dom sem deus
Sem anjos santos santas poesia de
Ateu sedenta por carne todo tipo de
Carne crua fresca viva morta carne
Fisiológica sobrenatural é poesia
Macabra despacho de encruzilhada
Bode preto para sacrifício galinha
Preta com farofa de azeite de dendê a
Minha poesia é tudo aquilo que não se vê
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