Quando o poeta era poeta
Dava-se ao luxo de dizer à
Amada se quiseres te distrair
Ligues a televisão amor
Comigo não se estavam
Brigados por algum motivo
Atualmente o falso poeta
Implora à falsa amada a
Desligar a televisão para fazer
Amor não consegue nada
Quando o falso amor é feito
É com a televisão ligada às
Vezes os olhos dos dois
Grudados na tela não há
Mais volta à realidade não
Há como quebrar os elos da
Corrente da falsidade o falso
Poeta finge que ama a falsa
Musa finge que é amada não
Há mais verdade em nada não
Há um único coração livre da
Ilusão não há mais vida
Romances só novelas cruas
Com muitas mulheres nuas
Homens artificiais que fazem
Com que todos sintamos o
Desejo de ser iguais cópias
Clones imitadores daquilo
Que não seremos se fossemos
Reais repetimos sem sentir
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