Sem ninguém
A ensinar-me nada
Aprendi as coisas
Sem ninguém
A dizer-me nada
Falei as coisas
Sem ninguém
A ensinar-me o alfabeto
Escrevi as coisas
Não sei se sou um gênio
Não sei se sou um santo
Mas meu último plano
É morrer a escrever
E não sei definir
O que quero escrever
Mas quero morrer a escrever
E a escrever sempre
Seja lá o que for escrever
Sem ninguém
Para olhar-me
Olhei o mundo
Sem ninguém para indicar-me
Indiquei o caminho
E não tenho orgulho
E não tenho nada
Sou apenas isto
Que faço as coisas
Sem ninguém mandar
Sou apenas isto
Um sem ninguém
Mas sem ninguém
Para mostrar-me
Sem ninguém
Para profetizar-me
Eu um sem ninguém
Aprendi a amar.
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