segunda-feira, 30 de maio de 2022

Talvez a natureza esteja a nos cobrar a fatura.

Talvez a natureza esteja a nos cobrar a fatura
Ou chegou a hora de pagarmos por todas as agressões 
Causadas à  natureza e guerras à raça humana ou chegou
O momento de saldarmos as dívidas pelas duas
Bombas atômicas lançadas sobre seres humanos
E na certa teremos que pagar pelos crimes das ditaduras
E por erros mais antigos como a escravidão de povos
E o extermínio de nações indígenas ainda em nosso século
E pode até ser uma utopia ou um onirismo ou um surrealismo
E de repente aparece algo invisível a nos exigir
Retratações pelos absurdos das religiões e as imposições
E as opressões e algo começa a se mover em nossa direção
E teremos que dar conta da flora dizimada e da fauna destruída
E do ecossistema pulverizado e do meio ambiente contaminado
E teremos que nos virar para encontrar as respostas
Antes que seja tarde demais e venhamos a ser eliminados
Um por um como se fossemos carrapatos espremidos
Entre unhas de dois dedos polegares e teremos que
Repensar o mundo se sobrar alguém dessa pandemia
E teremos que nos reabilitar e tirar as nossas corcovas
E os esqueletos que fingimos esquecer e os restos mortais
Das almas que escondermos até agora e chegou a hora
Do acerto que devemos e teremos que pagar para limpar a
História e nós que pensávamos que estávamos
Livres dos nossos grandes ônus e vã ilusão inglória
Ficar impune desses crimes cujo preço são os nossos cadáveres.

BH, 0110402020; Publicado: BH, 0310502022.

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