sexta-feira, 6 de maio de 2022

Será que há ainda quem se interesse por poesias?

Será que há ainda quem se interesse por poesias? 
Por escritas rupestres? por poemas eruditos? será 
Que há ainda audiências para odes? atenção para
Elegias? e quais são os artistas loucos ou os poetas
Teimosos ou os aedos resistentes ou os bardos
Bravos contemporâneos? ou os gladiadores das 
Arenas das culturas que não deixam morrer as 
Obras-primas e nem deixam fenecer as obras de 
Arte e as belas artes? e há muito leite para se tirar
Das pedras e tutanos a ser sugados dos ossos e 
Medulas absorvidas das colunas cervicais e águas 
Das rochas dos rochedos dos desertos infinitos e os
Esmorecidos fazem o mais do mesmo e não saem 
Dos lugares comuns e se apegam às facilidades e
Aos superficiais e não vão aos lamaçais dos lodos
Dos subterrâneos e não vão aos mantos debaixo 
Dos lajedos e nem vão às lajes que sustentam as
Falésias e estão escondidos dentro desses ossos
Fenecidos de falsos fenícios desses esqueletos 
Fósseis cujos códigos que identificam a humanidade 
Que são as estrias das amnésias da raça humana 
E dentre todos o primeiro que foi chamado de ser 
Humano e com o qual nasceu a poesia no primeiro 
Suspiro e no primeiro soluço ou no primeiro ai e
Aí chorou-se a solidão do mundo e marcou-se a 
Certeza do que seria o primeiro passo à evolução e não 
Parou mais de criar e recriar a si mesmo até à perfeição. 

BH, 040202020; Publicado: BH, 060502022.
   

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