Não tem nome prenome sobrenome pronome
Nem é nominal não é reta oblíqua gosta
De sinuosidades blandícias sigilos para
Agradar age como uma charada esconde-se
Atrás de metáforas perversas maldosas
Fugitivas imaterial inodora inorgânica
Parece não ter vida para descrevê-la
Usa-se a não escrita letras não servem
Palavras não servem não enquadra-se
Em nenhum quadro não há tinta para
Pintura nem tecido para textura
Fica-se de longe a olhá-la sem nunca
Vê-la ou sentir-lhe o aroma
Em casos complexos só é enxergada
Por cegos muitas vezes rebanhos de pastoreios
Outras vezes locomotivas disparadas comboios
Estourados boiadas desembestadas quer-se
Acabá-la é uma inacabada incompleta
Mãe de todas as obras pai de todas as artes
Segue por caminhos tortuosos toma as
Asas das alvoradas das substâncias informes
Forma nossos simulacros precisa-se
De êxito não acha-se precisa-se de
Meta não encontra-se a perfeição
Escapou-se pelas mãos nenhum gênio
A domina nem do bem nem do mal
Os poetastros querem cativá-la ao
Escravizá-la a exterminam é
Chamada de tudo de todos os nomes
Registados sem ter nenhum nome ou
Algum registo bem antes de serem
Formados os montes os oceanos já
Pairava sobre os abismos latejava
No vácuo dos céus da terra assim era
Nenhum comentário:
Postar um comentário