E enfim o país volta às suas raízes
Volta às suas mortes violentas
Aos seus assaltos sem esclarecimentos
O país está de volta ao seu passado
Ao voltar às suas ignorâncias
Com o povo abandonado a passar privações
Com seus direitos a ser proibidos
Numa castração geral
O país volta aos seus bons tempos
Vai todo mundo andar de arco e flecha
Todo mundo a andar nu pelas ruas
E a se matar como sempre uns aos outros
Vamos tomar cauim
E voltar àquelas guerras divertidas
Ganhar troféus de pedras
Miçangas e contas de vidros
E mostrar como somos brutos e imbecis
O país volta a ser o que era antes
Cai nas mãos dos estrangeiros
Que esfolam à pátria
E tiram o couro da nação
Que volta ao tempo das grutas e cavernas
E volta para a idade da pedra
Não é preciso ir para muito longe
Para se ver a regressão deste país
País das maravilhas coloridas
País das mil e uma noites
E enfim o país volta às suas raízes
Quem não pode evoluir e para no tempo
O melhor a fazer é se regredir
Todo mundo a roubar e a assaltar
E a matar e a exterminar todo mundo
O país das piadas prontas
E dos ditadores sanguinários
Generais feudais e conservadores
Dos entreguistas e exterminadores
Mais um passo e quero ver aonde vai dar
A caminhada regressiva deste incrível país.
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