E um aroma de gordura despende da cozinha
A lixeirinha está abarrotada e o móvel
Da pia não tem forro de fundo e a porta é
Arrematada com durex igual a do banheiro
E uma lasca de madeira prende o portal de
Entrada da sala de estar e visitas e pregos
Enferrujados por quase todos os cantos e
Paredes dos cômodos e o que é usado por
Cozinha falta uma parede e é constantemente
Invadido por pombos que sujam tudo e o cão
Concorrente vive mais dentro de casa do que
Do lado de fora e algumas vezes já o peguei a mijar
Nas paredes mas é o preferido e o preterido
É o que escreve e ontem li alguns poemas do
Velho safado e fiquei com inveja e quase
Joguei fora todos os meus que chamo de poemas
E até jurei que nunca mais empunhetaria
Uma esferográfica atmosférica para uma
Masturbação poética e já sexagenário estou
Aqui sem aprender e sem cumprir nada e a
Querer gerar poemas de escritos escrotos e
De poeta e não tomo vergonha nesta carranca
Medieval e medonha de meliante neandertal
De embarcação de viking e o ronco do
Avião me acorda e onde estava mesmo? e
Voltei a dormir com dor de dente e de
Cabeça e a coluna arregaçada e quase não
Consigo me locomover como lagarto louco
Soturno pelos corredores nortunos do hospício.
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