quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Ana Lucia Sorrentino, Faz Sentido.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Que o momento filosófico
mais interessante
seja aquele em que,
por um instante,
você se perca.
Não na complexidade
do meu raciocínio,
mas em meus seios tesos
sob a camisa de tecido fino.
Que a inadequada questão pessoal
te flagre despreparado
e te faça corar,
inexperiente menino.
Que o que pulsa em mim
te deixe mais perturbado
que o fantasioso deus de Leibniz
e mais atônito
que o mundo ideal platônico.
Quando racionalmente
chegarmos à conclusão
de que ter prazer e ser feliz
é subversão
e quando,
buscando a minha verdade,
teus hábeis dedos
se embrenharem sem medo
por baixo do meu vestido,
terei então compreendido
que filosofar pode fazer sentido.

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