A cinderela está cansada, cansada.
Calça meias de elanca pra sobrenadar de noite.
Resiste brochuras e teima em estalidos,
ao bem-criado das ligaduras,
contra o fusco que se assanha nas vistas – toda lua tem sono.
Dança sobre a mão lassa do mundo, quando as horas
blindam os soluços e atravessam crianças a portos felizes.
Quando a cena se suspende e o elenco de sanhas e febres se retira,
quando todas as lâminas estão dobradas e até os abismos se contraem,
quando viver é um conto sem riscos, quadro sem expressão,
ela fulgura no seu entreato.
E dança.
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