quarta-feira, 21 de maio de 2014

As composições que me compõem; BH, 01801002012; Publicado: BH, 0210502014.

As composições que me compõem,
São as dos mesmos organismos dos elementos;
Não faltam e nem falham
E estão em todas as partes dos meus compostos,
Orgânicos e inorgânicos;
Porém,
As energias concentradas nos núcleos das partículas,
Na formação das moléculas das minhas matérias,
Inda não posso canalizá-las em alimentos para mim;
Busco nas resistências destas coisas que sustentam-me,
A minha resistência;
Nas essências delas que estão a essência que falta-me
E sem combustível não inflamo,
Não destilo adrenalina,
Não flui em mim testosterona,
Libido e sangue arterial 
E oxigênio purificado;
É por isto que tenho este aspecto de cadáver,
Com aparência de muitos anos morto;
Não tenho o ar circunspecto de defunto fresco,
Morto recentemente;
Encarquilhado,
Como se fosse uma velha embarcação abandonada,
Nalgum porto por avaria,
Sem conserto;
Anelo desfrutar das minhas aragens,
Para inflar novamente as minhas velas e navegar;
Tenho uma esquadra que precisa de mares,
De oceanos,
De intermináveis caminhos marítimos,
Que levam a continentes desconhecidos;
E o que mais gosto de fazer,
É como um grande navegador,
Comandar viagens,
Que levam às grandes descobertas de novos mundos;
E quando volto a mim,
Venho carregado de especiarias,
De tesouros roubados de piratas;
A reboque trago naus apreendidas
E suas cargas e mercadorias pilhadas;
E venho à toda,
Com ventos favoráveis,
Longe das calmarias;
E deposito aos pés da minha rainha,
Os baús com as joias mais raras,
Com as pedras mais preciosas.

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