Olho o sol
Olho o mar
Vejo a praia
E piso na areia
Olho as garotas
Aspiro o ar
E não me dar
Mais vontade de voltar
Mas só ali
Naquele momento
A paisagem é clara
Ao olhar bem
No coração do mundo
E a gente ver
Tudo muito mal
Ao olhar bem
E ao escutar bem
A gente ver
E a gente ouve
Ódio e ranger de dentes
O coração do mundo
Já não bate compassadamente
Bate desesperado
Bate inutilmente
Olho o céu
Cheio de estrelas
Olho a lua
Contaminada pelo vírus homem
Pior do que o câncer
Olho o sol
Olho o mar
Brinco com o ar
Que me enche a alma
Naquele instante
Em que tudo parece beleza
Mas a beleza não é tudo
A beleza é de vidro
E o homem quebra a beleza
E a beleza morre
Só a do sol
Que permanece
Pois o sol é rei
E a beleza é real
Olho o sol
Que me queima a pele
E me acende a alma
E dou uma salva de palmas
Para o sol que é rei
E para o sol que é belo
E que parece infinito
Viva o sol que vive
E que é vivo e é real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário