Um gosto de cobre na língua
Um cheiro de mofo n'alma
Com o nariz todo entupido
A cabeça cheia de ar comprimido
A querer estourar
O estômago a embrulhar
E o corpo a doer
O pensamento apagado
Os olhos congelados
E quando ando
Pareço um autômato
Ou um objeto teleguiado
É assim que me sinto sem ti
E se continuar assim
Só restará a minha carcaça
Que nem se voltares
Poderá ser renovada
Pois foi muito maltratada por ti
E vê se não demoras
Pois a toda hora
Vou em frente ao espelho
E vejo algo em pé
Que nem sei identificar o que é
Algo parecido a um esqueleto
Onde um fio de vida
Espera por um pouco de amor
Vê se vens logo
Esse fio pode quebrar
E se quebrar
Não venhas dar nó
Por que esse fio
Ninguém consegue emendar.
Ah, o Amor, esse remédio que nos mata, essa brisa que nos dilacera...
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