No espelho da minha vida polida
Vejo tua imagem refletida
Com uma cor não definida
A vagar pelo universo dos sonhos
A querer curar minha ferida
Ferida crônica que me destrói a alma
Grito no vácuo não ouves
Não há progressão do grito
Um grito mudo do fundo do peito
Peito de seio cheio de desejo
Seio de peito vazio de amor
No espelho do universo do teu quarto
Loucamente te abraço a dizer loucuras
A dizer malícias abençoadas
A beijar loucuras escondidas
Nos esconderijos do teu corpo
Que só eu tenho
Que só eu vejo
Estirado na cama
E vago por ti nua
De cima a baixo
A beijar tua carne quente
Entro em tua alma
E baixo em teu espírito
No espelho da estrela mais alta
Desenho o teu rosto
Com o sangue dos meus beijos
Vou à inexistência
Só para te ver passar
E se demoras
Espremo-me na atmosfera
Que já começa a ficar louca
Com as loucuras que faço
Em meu pensamento pensar em tua ausência
Mas logo vens com o teu amor
A encher-me o peito
A rasgar-me o seio
Dum novo grito
Um grito alegre de louco
No fundo do amor do fundo do espelho
Do fundo d'alma refletida curada.
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