terça-feira, 21 de junho de 2022

Manuscrito de papiro transcrito de pergaminho encontrado no Mar Morto do meu coração.

Manuscrito de papiro transcrito de pergaminho encontrado no Mar Morto do meu coração
De cordeiro de Teócrito com cabeça de fauno no cepo a espera do golpe do cutelo do carrasco
Que a mando do sacerdote decepará a carne do cerne do pescoço para o corpo de cordeiro ser oferecido
Aos deuses desconhecidos e sem fiéis e o braço do algoz está suspenso apenas pendido pelo universo
E só à espera do sopro do vento que inflará a vela que levará o espírito à eternidade deste escrito sobrenatural
De letras de assombrações e palavras fenecidas de entidades e de seres perecidos nas rochas das ruínas milenares
Que o tempo transformará em areia de desertos de exoplanetas que escondem sombras nas penumbras
Habitadas por átomos de partículas de moléculas de matérias de esqueletos teimosos e caveiras rebeldes
Que se reverberam por reencarnações das mesmas carnações podres do pântano do lago morto onde navega
A embarcação do barqueiro que transporta as almas para o despenhadeiro onde ancorou o meu coração
E de repente o universo soltou o braço pendido do demente e o cutelo desceu pungente sedento de sangue
Para matar a sede do Mar Vermelho e se reuniram os sátrapas sacripantas e os sábios e os filósofos e
Disseram o cadáver vomitado na praia do Mar Mediterrâneo e nas junções das placas tectônicas de todos os mares e oceanos
Sagrados e onde os justos andavam em sagração sobre as águas e a justiça da liberdade era trazida pela maresia da brisa.

BH, 02701002020; Publicado: BH, 0210602022.

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