quando escrevo não seguro na mão de deus nem vou
pois quando escrevo é Deus que segura na minha
mão vai me guiar pelas sendas veredas falésias
encostas das obras-primas das poesias poemas
sonetos das odes com muita ousadia audácia
fé coragem posto esta mão inculta apossa-se
dela a arrasta por este papel velozmente que quase
não acompanho devido à minha lentidão de ancião
nem chego a ler o que vai a ser escrito em galope
só quando solta a mão a caneta tomba exausta
é que passo às vistas no que ficou registrado são
tantos garranchados rabiscados sinuosidades
que chego à conclusão de que deus realmente escreve
certo por linhas tortas em alfabetos de línguas
desconhecidas até me lembro da mãe que não
gostava deste pensamento retificava que deus
escreve é certo por linhas certas em línguas
alfabetos que entendemos o certo é que sem deus
a segurar esta insana mão nada ficaria aqui lavrado
que daria para ser iguaria a quem tem fome de fantasia
ou sede de poema de pote ou inspiração de talha de
poesia sorria ao ler com alegria esta letraria
que forma tantas tantãs palavraria abençoadas
por deus nestas escritarias de metaforias
BH, 0160702020; Publicado: BH, 0130602022.
Nenhum comentário:
Postar um comentário