terça-feira, 12 de março de 2013

Depois de longo e tenebroso inverno e abstinência das letras; BH, 02801102004; Publicado: BH, 0120302013.

Depois de longo e tenebroso inverno e abstinência das letras 
E volto, após abscindir do meu maior prazer, de
Viver na absurdeza da abscissa e encontrar o infinito de tanta
Ansiedade, chegar à conclusão de que não preciso das mulheres; e sim
Duma mecena, de alguém que se interesse por mim, pela
Cultura que represento e pela referência  que sou na
Resistência da poesia, do clássico, da obra-prima e de
Todo excesso de mediocridade, de superficialidade no
Alimento que a era moderna  quer nos impor; hoje
Obtive várias derrotas consecutivas: não passei no vestibular,
Não acertei na quina, me indispus com vários colegas 
E ainda levei uma dura da polícia, como se fosse
O pior e o mais procurado de todos os marginais;
Sempre andei a procura de alguém que se preocupasse
Com a conscientização, com a politização e com a
Emancipação do povo brasileiro, porém, por mim mesmo,
Errado ou certo, cheguei à conclusão, que o povo
Brasileiro, não quer tal privilégio; o povo quer só
Mídia, telenovelas, enlatados, grammy, telefone celular,
Pílulas para o que der e vier, sexo, drogas e roch'n'roll,
Lixo, vida vegetativa, idiotice, burrice, holofotes
E pela fama vem o topa tudo por dinheiro, o BBB, a casa
Dos artistas e toda podridão necessária para nos alienar;
É por isso que depois de tanto infinito, ressurjo da poeira da poesia
E me recomponho do pó e volto à minha esperança de
Um dia encontrar um Midas na minha vida;
De Cleopatras estou a fugir, de Dalilas estou a me
Esconder e tal e igual aconteceu com Marat,
Não pretendo ser apanhado desprevenido e apunhalado numa banheira;
E tal qual Tiradentes, não quero ser surpreendido por um
Silvério dos Reis e muito menos ser difamado como foi Calabar;
A vida é curta e difícil demais viver, é impossível a felicidade,
Não existe e a alegria é passageira; erros e defeitos, falhas
E faltas, manchas e nódoas, o ser humano nunca se verá livre
Do que é humano, físico, fisiológico e carnal; como gostaria
De ser uma pessoa segura e decidida e ter segurança e
Decisão e personalidade, são as coisas que mais
Gostaria de ter; além de personalidade e dignidade;
Tento descobrir nas palavras, sem adjetivação complexa,
Um termo de denominação equânime e que
Caiba como uma luva em mim; e que me afaste
Dos meus complexos, minhas depressões,e flacidez falangeal,
A fraqueza que sinto nas falanges dos dedos e que não
Permite-me apertar o pescoço e enforcar meus inimigos;
Como bem gostaria e tenho vontade de fazer, mas
Não tenho coragem e nem força de vontade; se tivesse
Pelo menos uma forcinha, mesmo que viesse da falanginha,
A segunda, a média, nos dedos em que há três, já que
O polegar e o hálux só possuem duas, portanto, não apresentam
Falanginha; e daria um jeito de apertar a garganta
Dos que me dizem com defeito; se preciso para
Encontrar-me, voltar ao falansteriano, ao falanstério, ou
Aos seus habitantes, ou ser partidário da doutrina
Social de Fourier, Charles Fourier, sociólogo e filósofo,
Natural de Besançon, França, 1792-1837 e à habitação da
Falange grega e à associação de famílias, mesmo que
Não seja no sentido de controlar uma região; e no
Lugar do coquetel molotov, usaria a falárica, que
É uma espécie de lança antiga, que tinha estopa
Inflamável na ponta e com ela acertaria
Sem falta no alvo, no cérebro de pensamentos possuídos
De vermes dos seres humanos atuais; com a fala-verdade,
Ou qualquer arma de defesa pessoal, facão, pistola
E todo tipo de fala-verdades, cortaria as línguas e
Mataria as vozes representativas desses pensamentos
Gerados por esses vermes cerebrais; e na falca, no toro
De madeira falquejado, com quatro faces retangulares,
Para decapitar essas cabeças de porta no bordo duma
Embarcação e seguradas pela falacaça, fio de vela
Para falcaçar os cabos, fazer botões nos chicotes de cabos
Náuticos para que estes não se desmanchem, mas
Que não impedirão que esses crânios duros sejam
Falcados pelo falcão duma foice bem amolada;
A ave de rapina, que se empregava na caça de
Altanaria, a designação de todas as aves da família
Dos falconídeos, conhecidos no Brasil pelo nome
De gavião, que a este bando é coletivo, a crocitar, a piar e a
Pipiar, só nos resta resguardar e não abater com
A antiga peça da calibre três; facifalcato falcífero,
No escuro é um perigo, cego com falcifoliado, com folha,
Saia de perto enquanto é tempo, e corra para
Bem longe se não for um falcípede, com pés curvos
E que o impedem de correr; do contrário, até
Teu fálico vai ser cortado; por isto então é que não
Posso deizer que trata-se dum Bloom Day's; por isto
Então é que não posso dizer que seja um Finnegans
Wake, pois não incorporei, não encarnou-se em mim
O James Joyce, pois o dia dele teve vinte e
Quatro horas e o meu começou desde que a
Primeira molécula de formação do Universo
Foi lançada no espaço e terminará quando
A última partícula que forma o Universo se for
Extinguir e não sobrar no nada, nenhum vestígio
Do que foi o caos da minha existência; esta que
Apresento aqui, como uma reverberação  duma tentativa
Dalguma literatura, poderá um dia ganhar o
Poder e a glória duma escrita de anais seculares;
Um dia além da eternidade de todos os dias,
Poderá vir a ganhar a alcunha de cultura;
Por enquanto é um esqueleto do que foi um
Cadáver no aquém; por enquanto é um cisco
No chão, é um graveto, um garrancho, um
Gemido dum demente, dum amental na tarde de sol 
Dum hospício; por enquanto é um lamento todo
Indecifrável, dum filho com uma síndrome
Qualquer; o farfalhar das folhas duma mangueira,
O rasto deixado pelas formigas na terra do quintal
E teias de aranhas abandonadas nos cantos abandonados
Das velhas casas abandonadas à beira das estradas abandonadas;
Melhor ser um Homero nas trevas e com luz própria, do
Que ter uma visão de telescópio nas próprias trevas;
Estamos no dia 1º de Junho do ano de 2005 e faz quase
Um ano que não visitava estas linhas esquecidas;
Espero um dia voltar com mais lucidez e razão;
Espero um dia voltar com percepção, sabedoria e
Mais conhecimento e deixar registrado um
Legado que seja útil, que sirva de estudo e de
Experiência e que contenha a vastidão da ciência do bem e do mal.


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