quarta-feira, 6 de março de 2013

Sofro e sei que a minha mente não funciona; BH, 0240202004; Publicado, BH, 060302013.

Sofro e pois sei que a minha mente não funciona
E nunca saberei as respostas dos mistérios e nem as
Soluções, ou as resoluções para uma vida melhor
Para a humanidade; sofro, pois não penso e nem
Sei qual é o caminho da felicidade; e mesmo
Ainda não encontrei meu caminho e até hoje tenho
Medo de enfrentar os problemas e as minhas ações são
De covarde, de quem não sabe viver, e nem tem
A capacidade de fazer alguém feliz; amanhã parece
Até que acordarei morto; a depressão não me deixa
Sentir e a incerteza me enche de insensibilidade;
Transformo-me num insensato e fico a parecer
Um louco e as pessoas me olham como se fosse
Um imprudente, um demente desajuizado, mas
Elas não sabem que tudo é por causa do indolorimento
Da minha indiferença, e impossibilidade; sofro,
Pois a insensibilização tomou conta do meu coração,
Meu coração já sabe insensibilizar minha mente
E deixar meu cérebro insensitivo, com pensamento
Indiferente e reflexão impassível e de passagem,
Mais insensível ainda torna-se minh'alma
E não sei quebrar esta inseparabilidade, não
Sei desfazer esta união de ente e espírita, ou
Acabar com a conexão, esta intimidade que
Destrói, que mantém a ligação, que me faz
Sofrer cada vez mais, por não ser capaz de usar
A criatividade e por fim a este sentimento
Ruim; sofro, pois gostaria de não pensar que sofro
E o que é o meu sofrimento diante do sofrimento
Da humanidade? quero que a culpa seja minha,
Para expiar um pouco a carga pesada da raça
Humana; preciso passar um pouco de esperança
Para o ser humano, mas preciso acreditar que
Tenho esta capacidade de fazer isto; alguém
Com mais determinação e menos preguiça
Do que eu, bem que poderia indicar-me
Como sair deste poço; alguém com o dom
Da inspiração, poderia a me ajudar a criar  a
Palavra mágica que espalhasse sobre o mundo
A áurea do amor e aí preservaremos o próprio planeta;
E a fauna, a flora, a natureza inteira e até o maior
Inimigo de tudo isso: nós, o homem; sofro, sou um
Homem, trago o mal e não faço o bem, sou o
Mau e não sou bom; sofro, não consigo mudar
De condição; Deus me fez de argila, de barro
E errou ao transformar-me em carne e osso,
Errou ao dotar-me de alma e espírito; se
Ele tivesse me deixado na condição de pó,
Do qual fui formado, Ele não precisava
Ter dado o único filho para morrer por mim,
Que não mereço nem o ar que respiro; só
Mereço o pó de onde vim e por onde deveria
Estar a me arrastar até hoje; Deus deve estar
Muito arrependido de ter me dotado de consciência;
Ainda bem que quando Ele quiser, Ele me
Apaga como se fosse um risco feito de
Graveto de negrito, na terra onde pisam os
Justos e os retos; e gostaria de para de sofrer,
Enquanto ainda me finjo de vivo; se Deus
Desse-me esta alternativa de viver, de ser um
Vivo, de aprender a viver,  muito o agradeceria,
E não mais diria: penso, logo sofro; sofro, logo
Penso e queimo-me e arruíno-me por dentro
Devido a podridão que devassa meu coração,
Sobras dum despacho duma encruzilhada.

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