O escritor escreve para parar de sofrer
Aliviar a angústia a ansiedade
A agonia a estupidez
Quanto mais escreve
Na esperança de se projetar
Destacar-se ser descoberto
Mais estúpido fica
Ignorante ansioso angustiado
Não tem a percepção que
A arte não pode ser usada como trampolim
Escada para ambições pessoais
A arte é uma letra
Uma palavra
Uma manifestação
Uma performance
Cuja estrada é a evolução
O bem precioso da arte
É libertar aquele escolhido para se manifestar
Livrar das cadeias dos preconceitos
Dos atrasos dos medos das covardias
O que a arte escolheu
Tem a obrigação de gerar suas obras-primas
Suas obras de arte
Em benefício apenas da humanidade
As qualidades daquele que a arte acerta
O diferencia das demais pessoas
O que o satisfaz
É ser lúcido querer a lucidez
O domínio do pensar
A maestria do pensamento
Raciocínio silencioso e lógica só revelada
Às coisas universais
Amo a arte que está em mim
Diz o privilegiado
Amo o dinheiro que está em meu bolso
Diz o avarento agiota
Amo a mulher que está comigo
Diz o Don Juan
Amo todos os homens
Diz a libertina ninfomaníaca
Cada um reage duma maneira às coisas do amor
O escritor solitário
Não trabalha em equipe
Não vive em grupos
Nem em sociedade
Pois o que recebe
Só vem quando está só
Depois é que passa à humanidade o que recebeu
Não faz sentido
Ser laureado com uma bela duma obra-prima ou
Primor duma obra de arte
Guardá-la num baú do egoísmo desenfreado
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