sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dos compostos do antimônio; BH, 0280502000; Publicado: BH, 01801102011.

Dos compostos de antimônio,
Em que essa figura como trivalente,
E meu coração antimonioso,
Traz o sangue da denominação genérica,
Dos mineiros minérios de antimônio,
Na forma de óxidos e de antimonióxido;
Mas derrubo tudo que é moral
E luto contra a moral,
Por trazer o antimoral encarcerado,
Nas masmorras dos meus calabouços;
E no meu jardim não encontro,
O antinefrítico eficaz ou aplicável,
Contra a nefrite, favorável;
Meu jardim não é antino,
Contém dores, não contém flores:
Só mortas; e em tudo que reluto,
É a minha antimonia;
Meu ego contraditório,
O meu oposto de mim,
O antinômico antinupcial,
Infenso ao casamento,
À formação da família,
Contrário ao lar;
Ao pregar o fim do papa,
Na jurisdição do antipapa,
E o final do tempo do seu pontificado;
Que determina ser antipapado,
Antipapista sectário, como o
Que prega a morte ao papa;
E das duas setas em relação,
Aos lados dum ângulo,
Quando uma delas forma,
Com um lado do ângulo,
O mesmo ângulo que a outra forma,
Com o outro lado das anti-paralelas;
E me sinto a figura do réu,
Com que se demonstra que,
O réu acusado seria digno
De louvor na antiparátase,
Se praticasse o ato de que o acusam;
Pois ao ser a pátria da burguesia
E da elite, ao ser a pátria dos políticos:
Sou um apátrida antipatriota.

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