quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Quando nasci perdi a origem; BH, 0310502000; Publicado: BH, 01601102011.

Quando nasci perdi a origem
E hoje não tenho naturalidade
E nenhuma relação;
Na favela sou o alemão,
Persigo o cristão e sou o pagão;
O vilão da história
E o capelão sem igreja;
E quando uso sufixo latino
No beirão designativo,
Ajunta-se aos temas verbais
E aos nominais, no primeiro
Caso agente, desde criança
Nunca fui gente, nunca fui
Brigão e desde menino
Sempre fui chorão, fujão
Na hora do perigo; e no segundo,
Nunca tive grandeza; corri do
Facão, apanhei no salão,
Adulei figurão entre o tema
E esses aparecem às vezes,
Elementos de ligação,
O pobretão do casarão abandonado,
O falso sabichão que não sabia de nada
E em algumas palavras fiquei mudo;
Perdi a ideia de aumento,
O cartão postal de entrada,
O portão do portal da felicidade;
E onde combina-se alho e arro,
A forma compostos de alhão e arrão,
O eterno bobalhão da escrita,
O gatalhão que tem medo de rato,
O patrão sem profissão e posição social;
Patrono ariosto do tempo da conjugação
Grega, que indica haver ocorrido
A ação em época passada,
Sem determinar se está
Inteiramente realizada,
No momento em que se fala,
No momento em que se cala,
No momento em que se morre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário