quinta-feira, 24 de novembro de 2011

José Ignácio Pereira, Errante; BH, 02401102011.

A Cruz e Souza

Ei-lo que traz na face a dor do mundo.
Os olhos revelando a solidão.
No abismo do seu ser, no mais profundo,
Traz a agonia atroz do coração.

Vem de enfermas paragens, da nação
Por onde o amor é o termo moribundo.
Não pede nada, nem suplica o pão,
E arrasta-se na terra, lá no fundo.

É o pária assinalado pelo horror.
Na garganta morreu o seu amor.
Mas nada o vence assim - é triunfante,

Quando, rompendo a condição humana,
Faz da fraqueza a força soberana
E diz ao Deus do abismo que o levante.

                      Céu Azul, 7/10/2011 - 4h.

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