terça-feira, 1 de novembro de 2011

Na verdade o que quero; BH, 0110602000; Publicado: BH, 01º01102011.

Na verdade o que quero,
É ser um ser apiedador,
Aquele que se apieda de todos
E que se condói com as dores alheias;
Quero-as todas na minh'alma,
Senti-las eternamente para que,
Quem as verdadeiramente sinta,
Não venha senti-las mais;
Não quero dor nenhuma,
A apezinhar a humanidade
E quero toda dor da humanidade,
A espezinhar o meu ser, a
Espicaçar o meu espírito, e a
Incitar o meu amor e
A excitar a minha paz;
A apicaçar a faculdade do bem,
Que trago morta e enterrada,
No fundo dentro de mim;
Não quero mais me sentir apequenado,
Não suporto mais me sentir diminuído
E tudo vou fazer para crescer,
Na dor e no sofrimento;
Preciso de grandeza de espírito,
Sinto falta mortal dela
E não pretendo morrer sem apercebimento;
Não quero morrer sem o ato de aperceber;
Quero ter muito apresto,
Um bom aparelho conjuntural
E grande disposição para viver,
Com toda a precaução que a vida merece;
Na verdade o que quero,
Sei que não representa nada,
Mas para mim pode representar tudo,
Já que não quero nada,
Que o mundo pode me representar.

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