sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Euclides da Cunha, Viam-no sempre a divagar torvado; BH, 01801102011.

Viam-no sempre a divagar torvado
Pelas tabernas vos, - sempre seguido
De um velho cão famélico e ferido,
Bêbado - impuro, torpe e enlameado...
Veio afinal o inverno amaldiçoado!...
No negro quarto o homem enf'recido
E o cão vacilam ante empedernido,
Vil pedaço de pão - duro e gelado...
Ambos têm fome... torvo - lutulento
Ao pão gelado o miserável corre
E atira-o ao companheiro famulento
Do quarto os cantos a tatear percorre
Erguendo uma garrafa - esgota-a lento
E cambaleia e cai e arqueja e - morre!...

Nenhum comentário:

Postar um comentário