quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Quebrei a única antênula; BH, 040502000; Publicado: BH, 0201102011.

Quebrei a única antênula
Do meu antenal, a diminutiva antena
Relativa de animal;
Agora não sou mais antenado,
Não sou mais provido e nem
Conectado ao mundo virtual;
Criei um antemuro natural,
Um parapeito de fortaleza,
Para me proteger da internet e
Um barbacã que me impede
De ser um internauta;
Fiz uma obra avançada de fortificação
E me vi livre da destruição,
Graças ao meu antemural,
Protegi-me o máximo que pude
E todos os meus antemuros,
Ajudaram a me fortificar,
A me antemurar dentro de mim
E sinto-me hoje fortalecido,
Antemurado e protegido;
E tudo que faço é à luz do dia,
Às claras e transparentemente, identificado,
Nada mais antelucano,
Feito às escuras e antes da luz do dia;
E chego logo ao que interessa,
Não tenho antelóquio e perda de tempo;
Não tenho prefácio e abertura,
Prolóquios e volteios,
Prologo e conversa fiada;
Comigo é no fio da meada,
No corte da navalha,
Carne na carne, nervo no nervo
E contra toda a podridão,
E uso o antelmíntico vermífugo,
Que afugenta os vermes ou os
Destrói; e uso contra a porcaria o vermicida;
E que viva e sobreviva sempre,
A cultura eterna da poesia.

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