sábado, 30 de março de 2019

Quem sou que não passo; BH, 01601002001; Publicado: BH, 090202011.

Quem sou que não passo
Apenas de mais um estúpido
Medíocre anônimo na multidão
Não tenho escalonamento de vida
Não sei como é escalonar o meu caminho
Ando sem efeito sem forma de
Escala nem tenho o que dispor
A um escalão fui pego pelo inimigo
Não tenho escapatória da escalpação
Caí nas mãos do meu adversário
Devo pagar com o escalpamento
O troféu dele será escalpar-me
Arrancar o escalpo que trago
Igual os índios faziam nos tempos
Antigos ao escalpelar os cadáveres
Dos guerreiros contrários era a
Norma depois dos combates rasgar
Com escalpelo até dissecar sem o
Preocupar de analisar profundamente
O que cada um tinha por dentro
O mais importante era a pele que
Reveste o crânio o troféu de guerra
Principalmente entre os índios
Americanos constituído da pele
Arrancada ao inimigo pelo menos
Ando num avançado processo de escalvação
Tudo colaborou com o escalvar da minha
Testa ao deixar-me cada vez mais
Calvo terreno estéril sem vegetação
Mas continuo vegetativo na minha
Vida vegetativa um peixe sem escama
Um réptil sem cada uma das pequenas
Lâminas de natureza córnea ou óssea
Que recobrem o corpo dos peixes dos
Répteis não posso compreender porque
Ainda teimo com tanta zanga dentro de
Mim qualquer coisa serve para me
Escamar aumentar a escamação
Do meu ser irritar o meu espírito
Não sei fugir tirar as escamas das
Futricas das intrigas das fofocas
Nada tenho para trocar por um bom
Humor não sei cambiar o mau humor
Por um momento de mais alegria
Tolerância de serenidade tranquilidade
O que ofereço para escambar não serve
Estragou apodreceu é um escambo
Ruim um câmbio sem valor uma troca
Que ninguém se apresenta para fazer
Continuo com o cérebro escamoso
Com a alma escaniforme
Qualquer sombra serve de escamoteação
Para o meu verão qualquer penumbra
Sempre para escamotear meu clima
Bom a fazer desaparecer sem que se
Perceba o sol o calor como se
Um fantasma veio furtar sutilmente
Um espectro escamoteador que assombra
Que escamoteia a luz impede o
Céu de ficar claro de deixar de
Chover nem a prece faz escampar
A tarde perde aquele lugar escampado
Com o descampado vem a noite
Escancara de vez as trevas às
Escancaras descem as sombras à vista
De todos notoriamente escancarado
O breu um negror declarado um potente
Escuro que por mais alguém possa
Escancarar os olhos abrir de par em par
As pálpebras completamente nada irá
Enxergar só o escandalizar do pesadelo
O bêbedo que vem causar escândalo
Maltratar o sonho melindrar com ofensa
Indignação por ato contrário aos bons
Costumes à moral vigente com exemplo
Pernicioso de pessoa imoral

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