sábado, 30 de março de 2019

Só gosto de escrever quando sinto; BH, 01501002006; Publicado: BH, 080202011.

Só gosto de escrever quando sinto
Que estou em perfeita equanimidade
Se não houver em mim serenidade de
Espírito em quaisquer circunstâncias
Não consigo armar uma frase nem
Uma sentença ou mesmo uma oração
Por mais simples que sejam só com total
Equidade é que penso na maioria das 
Vezes nas contendas antagônicas
Ponho em evidência a imparcialidade
Quando erro pareço-me doente a sofrer
De escarlatina de doença febril contagiosa
Caracterizada por manchas vermelhas no
Corpo porém como todo ser humano não
Sou perfeito sempre meus erros vêm
À tona para deixar-me escarlate de
Vergonha a imperfeição põe para fora
Uma cor vermelha muito viva é
A vergonha que tem essa deficiência
Se pudesse fofar a terra a fazer
Escarificações a escarificar o terreno
Enterraria-me no local fugiria da presença
Da humanidade mais rápido do que quando
O diabo foge da cruz se meu cérebro
Fosse um escarificador como o instrumento
Cirúrgico para fazer incisões simultâneas
Na pele ou máquina de fofar terra
Enfiaria a cabeça num buraco
Como faz a ave-truz assim a fugir
Da presença do homem a fugir do
Perigo da violência injustiça
Da incisão da mentira da
Escarificação da falsidade se um
Dia com um escareador escarear meu 
Ser igual o alargar dum furo para embutir
A cabeça dum parafuso ou prego
Veria-me de repente embutido de
Algum teor qualitativo não com
Este sofismo que só faz tornar-me
Uma escarcha estúpida uma coisa
Que não tem nada a ver com fio
De ouro ou prata tecido em seda
Sim com o escarchar de geada
Que queima mata a selva verde
É por isto que ouço esta gritaria dentro
De mim minh'alma num só alarido
Um ente feito de vagalhão aprisionado
Em rocha viva um escarcéu mental
Aí viro um cavalo com escarça que
Não pode andar devido a doença
No casco ai sinto o que sente o
Escaravelho designação genérica
De vários besouros da família dos
Escarabídeos transpassado pelo alfinete
Do pesquisador ou do colecionador
Finda assim o meu escaramuçar
Não faço mais escaramuças literárias
Basta de desordem com as letras
Desavenças com as palavras perco
Sou derrotado em qualquer combate
De pouca importância é só escaramuça
De fogo-de-palha quem quiser
Investigar não encontrará vestígio
Donde vivi se remexer nada do
Que escrevi será encontrado se
Esgaravatar a ferida não sairá
Mais sangue pode escarafunchar
A vontade a fonte secou já é
Difícil para mim o respirar sou todo
Uma só escara a mesma crosta
Escura resultante duma morte
Ou dum esclerosamento de parte
Dum tecido tentar escapulir
Agora é impossível um cadáver
Fugir ou escapar dum cemitério
Só em filme de terror

Nenhum comentário:

Postar um comentário