quinta-feira, 28 de março de 2019

Simples mortal simplório; BH, 0310102011; Publicado: BH, 010202011.

Simples mortal simplório
Não construí um empório rei 
Sem coroa monarca sem trono
Não levantei um império como
Faraó virei múmia como imperador
Perdi terras posses monções senhor
Feudal que a vassalagem abomina
Destituído dos burgos não resisti
Cansei de tentar a volta por cima caí 
No mesmo lugar só levantei poeira 
Com o tombo todos os tesouros foram 
Saqueados ouro prata moedas servos
Mulheres castelos palacetes palácios
Nem o respeito possuo mais desde 
Então a liberdade parou de brilhar para
Mim enfrentei calabouços paredões
De fuzilamentos forca fogueiras
Campos de concentração fornos
Crematórios contudo não parei
De sofrer de estar onde está a dor
Em mim o sofrimento passo para
O lado de lá torno-me aqui
Onde fiquei não encontro-me mais a
Lado do pensamento não encontro-me
Mais em lugar algum cadê as colinas
Que nos agigantavam? cadê as veredas?
Não olho mais não vejo sei que meu
Olhar não enxergará as montanhas não
Enxergarei meu olhar meus olhos não
Estarão mais aqui nem os olhos dos
Que me olham simplório mortal simples
Não posso nunca ter coragem motivo
Para sorrir não nunca

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