e cadê a meditação a concentração?
e
cadê as coisas que pensei que me engrandeciam?
a poesia
o poema
o soneto do qual sou neto
e cadê a lucidez de espirito a consciência?
e cadê a luminância a intuição?
e
cadê a percepção a fé
a coragem a audácia a ousadia?
e cadê os dons?
e pensei que era cheio de dons universais
e dons espirituais
e que nada nunca passei dum reles mortal
enganador enganado fingidor fingido
e contumaz mentiroso que quanto mais
pensa
em falar a verdade mais mente
escancaradamente
e cadê a mente iluminada privilegiada?
e observa que não passou
duma velha criança
a fazer velhacarias
de velhacos
e patifarias de patifes
e cadê a velhice sadia
de mente sana in corpore sano?
se só o que faz é um aqui jaz num epitáfio
numa sepultura solitária de solitária
duma
prisão de alta periculosidade
cujos
prisioneros são todos mortos vivos
e vivos mortos zumbis modernos de vodus
sem sonhos
e tudo que tocam viram pesadelos
e não
saem dos labirintos
e das desistências
e
das inconlusões
e latejam nas maldições das maldades eternas
e nas estigmatizações
e nas tatuagens dos
tempos
e nas falas dos ventos sem respostas
para os enigmas
e sem resultados para os mistérios
e sem soluções para os problemas
e sem luz para os olhos
e sem tato para os dedos das mãos
e sem
sentidos
e sentimentos
são tempestades de tormentos
BH, 0100102022; Publicado: BH, 030102023.
Grato, boa-tarde.
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