e sou o homem que não ler
e li pouco
ou
quase nada
e escrever não escrevo mais
nada
e nem agradeço de nada
ou quando
houver de que
quando alguém vem me
agradecer
mas se não faço nada como
posso querer
merecer agradecimentos
e
crônica poesia prosa verso poema romance
quem faz alguma performance
merece
nuance
e não fica a ver naus catarinetas
caravelas pinta santa maria niña
navios fantasmas de pedras portuguesas
e das pedras dos cais dos
portos
ou nas pontes detrás dos montes
e
segue adiante na linha do horizonte
surfar avante na onda mais saliente
que
se espatifa na rocha mais resistente
e a
pulveriza em areia ardente
que o vento
ajunta
e faz a duna que depois
nem o
tempo põe abaixo
e vira um despacho
maciço como se fosse
veio de ouro vivo
ou diamante fundido em colisões de
universos
ou em impactos galácticos que
lançaram
aos infinitos mundos a serem
definidos
por civilizações que ainda não
existem
como a nossa que ainda não existe
na evolução
ou nas que têm a esperança
duma revolução
que transforme o homem em
criança sempre
em oração a pedir a deus
de mãos postas
luz para o coração do homem
BH, 01501202022; Publicado: BH, 0300102023.
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