ossos pelos para colecionar
como fetiches
doutros sangue para pactos
e ainda acessórios para patuás
e saem pelas madrugadas à caçar fantasmas
atrás de vítimas descuidadas
surrupiam sonos
roubam osonhos
fecham encruzilhadas
trancam ruas
obstruem pontes
constroem muros muralhas
põem abaixo morros
montanhas
de ferro ouro casebres
barracos barracões
nas encostas
das veredas
nos secos dos sertões
e as cacimbas sisternas piscinas
e os potes jarras talhas moringas
viram ampulhetas
desertos
com areias de rios temporários
antigos templários davam de beber às suas bestas
davam de comer às suas mulas alazões
afiavam nas pedras espadas
cortavam pescoços infiéis
saladinos sabinos ladinos
sabinadas sabidos
deixavam de lado
sabedorias
abraçavam alegorias serpentinas
confetes purpurinas
bailarinas colombinas pierrôs
quartas-feiras de cinzas
ao deixar delegacias ainda em fantasias
povo vadio aos apupos vaias zombarias
esposas a esperar esposos
raros maridos cornos mansos
a esperar as mais libertinas
espanholas
megeras meretrizes
ocasionais
marinheiros aos cais
sem fardas
ou algo mais antepassados ancestrais
antecedentes dos antigos carnavais
BH, 01301202022; Publicado: BH, 090102023.
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