A fala que vos mostro
É um grande despautério disparate de tolice
De despedaçar aos ouvidos partir os
Tímpanos quebrar os martelos fazer em
Pedaços as trompas amassar as bigornas
Nesta hora de despedida neste discurso
Onde irei despedir-me sem termo
Sem um bom acabamento sei que irei
Chorar chorar como se fosse por
Alguém na expressão dita só pelo
Medo que tenho em desaparafusar
As palavras desatarraxar a voz da
Garganta do parafuso a missiva que
Vos escrevo lógico que não tem o
Grau da carta ou do ofício sobre
Negócios de interesse público que
Um ministro envia a outro nem com
Oferenda deixada em lugar de
Encruzilhada a alguma divindade
Da macumba encontro desembaraço
Para os meus nós na nota de
Deferimento ou de indeferimento
Lançada por autoridade não vejo
Os meus prós o destino soube bem
Despachar-me num despacho de
Correio-sem-mala para as longínquas
Terras áridas dos paus de araras das
Searas da lonjura tive que ir embora
Alguém veio mandar despedir-me
Dispensar-me dos meus serviços de
Inutilidades é o universo a deferir contra
Mim é o agente comercial incumbido
De só encaminhar papéis principalmente
Em repartições fiscais aduaneiras
Policiais é que só soube horrorizar
Meu mundo não confio em despachante
Tomo cuidado com o que despacha
As almas em mercadorias é disposto
A tudo é atrevido deferido como o
Que obteve êxito a despachada do
Meio é esta minha fala de despedida
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